8.11.12

O Esteves montou uma vivenda à beira da estrada nacional que é uma coisa inacreditável - mármore, repuxos, gárgulas aladas e grades nas janelas, não vá dar-se o caso de alguém sonhar roubar a colecção de baixelas da mulher. Vai ver dos porcos - todos amontoados num barracão, à espera de levar aquele choque  silencioso no pescoço - sempre no seu topo de gama. Dizem as más línguas que banca a cem por cento o filho mais velho, um tipo perdido em putas e jogo algures pro Norte, que se esquivou a um casamento com a namorada de infância deixando-lhe, na noite anterior, uma cartinha na caixa do correio.
O Esteves apalpa as funcionárias do talho na câmara frigorífica, mas oferece-lhes fins-de-semana com tudo pago e almôndegas tenrinhas para darem aos filhos, coitadinhos.
O Esteves tem fortuna e côr de quem lhe dá bem no tinto. Só não tem quem lhe fique com o negócio quando se finar. É uma porra.

(Pedro, este é para ti :) )

2 comentários:

pedro polonio disse...

é o que dá ser suburbano-barra-menino-da-linha... pensei que estes talhantes já não existissem...
=:-|

Bluesy disse...

é o que dá ser uma moça do campo mas emprestada à Linha :)