20.3.11

Tenho a vida um bocado de pantanas. Estar between jobs é aquela cena bonita de se dizer, só que a foda é saber gerir isso e eu sou gaja de letras, logo, percebo zero de gestão. Só isso explica esta má relação com os fusos horários. Acordar às 6h30 de sábado, ir dar o corpinho ao manifesto que ele fez-se foi para trabalhar, vir para casa e em pose de dona de casa, sacode tapete, lava roupa e a seguir enfiar-me na banheira que eu mereço ir beber uns copos e dançar. O esquentador avaria, mas a porra do Universo bem pode mandar as mensagens que quiser que a água gelada enrijece, um, dois, três, deixa de ser maricas. O Viking ao rubro, metem Pulp e a noite fica perfeita, vem o strip das três com saltos de agulha e a noite fica surreal. O cabelo a colar ao pescoço, a roupa a colar à pele de suor, o resto da imperial desaparece rua acima. Vai-se ao pão quente de mãos dadas e  a química é uma coisa que não se explica. Falamos a mesma linguagem dos beijos. Racionalidade às urtigas, o dia ainda não acabou, mesmo que o relógio já dite as sete e meia de domingo, 20 de Março. 
E agora estou aqui de pantanas, raios. Quando não se gosta genuinamente de ninguém durante um par de anos há coisas que deixam de ser intuitivas. Pisar outra vez este campo de batalha, só mesmo de peito aberto e com uma valente dose de estupidez natural. Cruzar os dedos, deixar de ser maricas que dois banhos gelados no mesmo fim-de-semana já era lei de Murphy a mais e arriscar. Tenho a porcaria do almoço para fazer, odeio que o telemóvel não toque e percebo zero de gestão. Afinal, o maldito coração também sofre de jet lag.

3 comentários:

Ana disse...

Boa sorte. Para tudo. :-)

Bluesy disse...

Grata, Ana :)*

Anónimo disse...

:)