Farta de horários e de reunites agudas semanais, incapaz de ver produtividade em dias passados atrás do computador, vou tolerando o trânsito em dias incertos, o corre corre do comboio-autocarro-trabalho. O número de egos que tenho de massajar das 10h00 às 19h00 ainda não ultrapassa as saudades de ter um bichinho em casa e de não me confinar a apenas quatro paredes, mas contribui a passos largos para achar ridículo este papel (supostamente criativo) a que me presto. Ridículo e violento, porque mata todos os dias a minha crença nas coisas boas. Em nome de quê? Dizem-me que a vida é mesmo assim. Recuso-me a acreditar nesse tipo de tretas conformistas. Não é. (E se for, quero o meu dinheiro de volta, por favor).
Parece que os trintas trazem umas quantas certezas e a minha é esta: quero cuidar dos meus, da minha história, daquilo que as gerações passadas batalharam por conseguir. Não há nada mais forte que o sangue e a terra que me foram deixados pelo 'vô João. Cada vez estás mais parecida com ele, filha. É o melhor elogio que me podem fazer e garanto que hei-de estar à altura de o ouvir.
Vida nova.