Vínhamos do Porto e parámos para jantar. Veio um branco gelado para a mesa e a conversa saíu fácil, à mistura com as gargalhadas. Às tantas, vira-se para o dono do restaurante, conhecido de longa data, e Epá venho aqui sempre com homens, você ainda podia ter ficado a pensar que eu era paneleiro. Mas agora aqui com esta senhora, tá a ver... Ri-me Como calculam, não vou comentar e a coisa ficou por ali.
No carro, A8 fora, falávamos da zona, qualidade de vida, vantagens e desvantagens. Acabámos nos homens e nas mulheres Fui casado com uma saloia um bom par de anos e acho-as bonitas, terra-a-terra, sabes? Uma mistura interessante. Tu és daqui, não és?
Fiquei verde e colei-me ao banco, rezando para que a chuva passasse e aquilo fosse produto da minha cabeça Ah, isto é impressão minha. Muito trabalho e tal, viagem grande.
Mas hoje dei por mim a pensar que não sei mesmo reagir a este tipo de merdas, não sei. Esqueçam lá a postura de sonsa ou totó do monte. Isto resume-se a estar sempre de pé atrás, desconfiança pura e dura, mas o que é que este gajo quer e isso, claro, protege-me de muitas coisas, mas faz-me perder outras tantas. Um meio-termo às vezes era agradável, mostrar os limites, mas agradecer um elogio, brincar, entrar no flirt inocente (inocente?) em vez de ficar rígida, sem respirar e com vontade de fugir a sete pés.
Porque também se aprende a ser mulher. E é isso que me falta.
4 comentários:
Eu não tenho nada a ver com isto mas... acho que há coisas que ou são ou não são. digo isto porque eu aos 32 (e acho que somos ambas do ano magnífico de 78 lol) sou mais descontraída e não hesito em mandar uma bojarda das valentes nessas ocasiões. não sou de me colar ao banco, mas às vezes gostava de ser. portanto, não perdes nada em agarrar-te ao banco, porque esse gajo parece ser um grande cromo. lol
ahhh, e nesse caso, nessa situação específica, penso que diria algo do tipo "não, eu sou mais bolos... estás a ver? casamentos, baptizados..."
mandava pastar subtilmente.
lol
um gajo que não hesita em fazer conversa de taberna à minha frente tem o pior dos tratamentos.
Ana, somos as duas de 78, é bem verdade. A questão aqui é mais delicada (daí ter-me calado): é alguém que trabalha comigo e essa relação tem que ser gerida com bom senso (em não havendo do outro lado, tem que haver do meu), em nome da minha (pouca) sanidade mental e da rotina de trabalho. Fico é sempre espantada com o "à vontadinha" com que estas coisas se dizem...
Noutro contexto teria levado resposta à altura, mas assim...
Sim... é extremamente delicada a situação. esse senhor nunca ouviu falar em assédio sexual? é muuuuito complicado mesmo...
como diz uma amiga minha "à vontade não é à vontadinha".
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