Ser sonso e dissimulado em contexto de trabalho são muitas vezes confundidos com outra capacidade extraordinária que qualquer profissional deve ter: o jogo de cintura. Este último implica gerir uma data de pratos a rodar em simultâneo e nem sempre conseguir mantê-los a todos em equilíbrio. Mas mesmo depois de algum estardalhaço provocado pelos cacos, o esforço acaba por ser compensado: palavras de apreço ou um pequeno aumento.
Já o primeiro faz-me sempre lembrar aqueles contorcionistas que fumam com os pés e o diabo a sete: toda a gente aprecia e bate palmas, mesmo sem perceber bem como raio se consegue fazer aquilo. Quando a coisa começa a correr mal, o pior nem sequer é o desconforto do artista perante a desgraça iminente, mas sim a deselegância com que se desembrulha e faz a saída de cena: papelinhos assinados e agora vai bater a outra porta que aqui que queremos é gente competente.
A grande merda é que o mundo está ao contrário. Se calhar já ia comprar uns cigarros para ir treinando.