23.8.10

De como eu era muito mais ignorante (logo, feliz) sem telemóvel

Vou casar-me em Novembro.

Primeiro chorei. Pelo meio veio-me uma náusea. Agora não consigo parar de rir.
A gaja que estava no carro, à saída da praia das Avencas, a rir sozinha? Era eu.
A gaja que estava deitada na Quinta da Alagoa, a ler e a rir? Era eu.
A gaja que estava no Pingo Doce às compras e a rir-se? Era eu.

Todo o pragmatismo, toda a racionalidade, todo o distanciamento, toda a frieza de um corte, toda a celeridade com que as minhas coisas foram enterradas na sala dos fundos da tua impecável casa, todo o tom educado com que falamos de burocracias de merda: apertados num fatinho engomado e abençoados pela santa madre igreja.

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